VOCAÇÃO DA AÇÃO BÍBLICA
Antes da Ascensão, o Senhor prescreveu a missão da Igreja:
“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado…” Mt. 28:19-20a. Com esta ordem Ele nos deu esta promessa: “e eis que estou convosco todos os dias até a consumação do século” Mt. 28:20b.
A missão geral da Igreja concerne a todos os cristãos. Mas Deus, por um chamado particular e por circunstâncias particulares, pode determinar algo que Ele quer de cada grupo do Corpo de Cristo quanto a uma obra específica e aos limites em que ela deve ser realizada.
Essa missão específica está incluída nas normas do Novo Testamento e pode ser simplesmente o realce de algum aspecto da missão geral.
Quando o Senhor quer realizar uma obra, servindo-se de um indivíduo ou de um grupo, Ele o faz a partir de um plano que Ele concebeu e que Ele revela ao Seus servos.
A tarefa da Ação Bíblica é clara. Temos que cumpri-la de todo o coração.
Uma tocha, uma trombeta e uma espada simbolizam essa missão.
1. A Tocha: A Difusão da Palavra da Vida.
Fp 2:14-16
At 6:7
A difusão da Palavra da Vida reveste-se de grande importância e os textos de Eclesiastes 11:1-2 e Isaias 55:10-11 contêm promessas preciosas a esse respeito. Espalhar a Palavra escrita de Deus é responsabilidade de todo cristão.
No entanto, não é apenas essa a responsabilidade do cristão. Ele deve levar a Palavra de Deus dentro de si, no sentido de Colossenses 3:16 “Habite ricamente em vós a Palavra de Cristo…”. O cristão torna-se “uma carta de Cristo conhecida e lida por todos os homens” (cf. II Co 3:1-3) e brilha no mundo como uma tocha; sua vida confirma a mensagem da Palavra inspirada, impressa e difundida.
Essa confirmação viva da Palavra escrita contribui para aumentar o número dos discípulos (At 6:7). Gn 13:14-15, texto de vocação da AB lembra a visão missionária e a conquista da terra prometida. O olhar da fé abrange os quatro pontos cardeais.
2. A Trombeta: Um Testemunho claro para levar almas a Cristo.
Atos 1:8
A difusão da Palavra não é um fim em si. Constitui um meio de levar as almas a Cristo. A Palavra viva e permanente produz a fé em um Salvador ressuscitado que dá vida aos que n’Ele crêem.
João 20:31
Conduzir almas a Cristo não é questão de especialistas em evangelização, nem depende de alguma super-organização. É uma obra levada a efeito por testemunhas de Cristo, agindo sob o poder do Espírito Santo.
Todo crente esta investido da função de embaixador de Cristo, como se Deus por ele rogasse ( II Cor 5:18-21). Por conseguinte, a todo membro esta ordenado gerar filhos na fé e a produzir uma posteridade espiritual (I Cor 4:14-15 e I Tm 1:2). A evangelização começa aí. Deus quer e pode dar alegria da paternidade espiritual a todos os que estão sob o senhorio de Seu Filho. O Espírito Santo não lhes foi dado para o seu bem estar pessoal, mas para que proclamem com poder que Jesus Cristo é o Senhor e para que o número dos discípulos aumente.
3. A Espada: O combate da fé.
Jer 1:18-19
Fp 1:29-30
Jd 3
Aquele que combate pela integridade das Escrituras, sua inspiração, sua autoridade e sua inerrância, não pode escapar do sofrimento. Deve cingir os lombos, erguer-se e anunciar todo o conselho de Deus a todos aqueles a quem Deus o enviar (cf. Jr 1:17-19 e At 20:27). Isso é verdade também em relação ao combate e sofrimento para manter a pureza da Igreja.
A Escritura nos mostra o duplo alcance da pregação:
- Salvar os que crêem;
- Condenar os que permanecem na incredulidade.
Ao construir uma arca para salvar sua família, Noé condenava ao mesmo tempo os que não levaram a sério as advertências divinas. (Hb 11:7 e II Co 2:14-15).
Nossa missão é a de uma sentinela que adverte dos perigos espirituais e morais, mostra as trágicas consequências do pecado e do erro, na esperança de que os homens se arrependam e se convertam (II Tm 4:1-5). Não combatemos por amor ao combate, mas por amor ao Senhor, à Sua verdade e às almas perdidas. A ordem do combate nos foi dada e sabemos que se nos calarmos, ficando inertes diante do erro e do mal daremos vantagem ao Diabo, pecaremos contra o Senhor e contra as vítimas do sistema do deus deste mundo. O combate torna-se carnal se pusermos em ação as nossas armas e não as de Deus e se em relação às pessoas, a graça não acompanhar a luta pela verdade.
Assim devemos distinguir entre o mau e o bom combate, entre os sistemas e os indivíduos, entre os líderes e os seguidores. Ler II Cor 10:3-6; Ef 6:10-18, I Tm 1:18; 6:11-12; II Tm 2:22-26; 4:7; Ap 3:10-11.
Deus nos abençoará na medida em que permanecermos em Seu plano e empregarmos Seus materiais ( I Cor 3:12). Por Isso queremos nos guardar da mistura com o mundo, de toda a ambigüidade doutrinária de qualquer posição equívoca ou qualquer comportamento vacilante.