Quem_removerá_HEA Ação_Bíblica

Quem nos Removerá a Pedra – H. E. Alexander

Ação Bíblica do Brasil – Direitos Reservados

H. E. ALEXANDER

Publicação: Action Biblique

Título original: Qui nous roulera la pierre?

“…Quem nos removerá a pedra da entrada do túmulo?” (Mc 16:3).

“…Foram elas ao túmulo… e encontraram a pedra removida do sepulcro…” (Lc 24:2).

Este segundo versículo está no evangelho de Lucas, o qual revela que “…o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido.” (Lc 19:10).

Esse evangelho enfoca-se em mostrar nosso divino salvador como homem perfeito, e por isso, fornece inúmeros detalhes e aspectos que contribuem para uma atualidade do texto que é admirável. As circunstâncias da família, a pobreza, o Seu amor e a Sua indignação, como também, Seus amigos com suas fraquezas, falhas e dúvidas.

Além disso, o evangelho de Lucas mostra também Seus inimigos, com seus orgulhos, ciúmes, raivas e hipocrisias revestidas de religiosidade. Tudo isso, descrito com a precisão e a delicadeza do autor, o “…médico amado…” (Cl 4:14a).

O evangelho de Lucas enfatiza as profundezas do coração do homem, como também indica claramente o remédio que agirá com uma perfeita eficácia. Desta mesma forma é o texto no qual Lucas relata a ressurreição, como ele enriquece os textos inspirados nos outros evangelhos!

Ele mostra esse grupo de mulheres fiéis, um pouco desemparadas e desmotivadas diante da dor dos acontecimentos. Depois de terem presenciado a terrível cena da crucificação do seu amado Mestre, elas observam a situação um pouco a distância.

Elas prestam atenção em tudo e durante a noite, elas seguem a José de Arimatéia e a Nicodemos, seguidores discretos, mas devotos, que levam o corpo de Jesus. Elas os seguem até o sepulcro para terem certeza “…como o corpo fora ali depositado…” (Lc 23:55).

Então, elas voltam para suas casas, preparam os aromas e perfumes e descansam no sábado, como indicava a Lei. Porém, no primeiro dia da semana, ainda na “…alta madrugada…” (Lc 24:1a), elas já vão ao sepulcro. A terra ainda molhada pelo orvalho e a aurora apenas começando. Um silêncio impera e elas não tem a mínima ideia do que elas iriam descobrir.

Elas ainda têm em mente o sábado, dia de descanso segundo a Lei do Antigo Testamento. Elas não podem imaginar a maravilhosa graça de Deus que estaria a ponto de se revelar naquele primeiro dia da semana. Elas trazem os aromas e perfumes para esse corpo amado, o qual ficou gravado nas suas memórias quando elas, com zelo e carinho, foram observar “…como o corpo fora ali depositado…” (Lc 23:55), certificando-se que o funeral se passou com respeito.

Elas não preveem absolutamente nada de parecido a ressurreição, e muito menos a glória do que está por acontecer. Elas querem simplesmente expressar seu amor ao seu Mestre. Aquele que elas amaram e O seguiram até o fim, quando Ele morreu fazendo aquilo que só Ele podia fazer: morrer como Substituto, em sacrifício para perdoar os seus pecados.

E assim, ainda em luto, elas se apressam, carregando seus tesouros como sendo uma última oferta, atrasada e inútil, Àquele que elas criam não poderia ver a “…corrupção…” (Sl 16:10).

Imaginem a cena, se coloquem nos seus lugares e tentem imaginar o sentimento de dor nos seus corações, a desolação! E assim, eis que um pensamento intrigante vem a mente: “…Quem nos removerá a pedra da entrada do túmulo?” (Mc 16:3).

Quem? Sim, quem? Afinal uma coisa é certa, elas não poderiam remove-la sozinhas. José de Arimatéia teve a preocupação de colocar a pedra na “…entrada do túmulo…” (Mc 16:3b). E os inimigos dos Senhor ainda a lacraram e colocaram guardas romanos para guardar o túmulo.

Porém o amor não se retém diante das dificuldades, e a única coisa que essas mulheres possuem, além dos aromas inúteis, é justamente esse amor pelo Senhor, e que amor! É justamente isso que Deus observa. Talvez seja essa a mesma pergunta no seu coração hoje. “…Quem nos removerá a pedra…”?

Elas não conseguem encontrar uma resposta para essa pergunta. Elas se veem sem ajuda, sem esperança, esperando o pior, afinal elas ainda ignoram a ressurreição. Uma dificuldade aparentemente sem solução. “…Quem nos removerá a pedra…”?

Ah! Como criamos dificuldades com nossas inquietudes e preocupações inúteis. Essa pedra, lacrada e vigiada, impede o seu caminho, causando apreensões, medos e dúvidas, enquanto o Senhor já está ressurreto no controle de tudo.

Sim, esses problemas, os verdadeiros problemas que tanto lhe preocupam, o Senhor já preparou uma solução para eles! Diante das circunstâncias as quais imaginamos o pior, e que no final jamais realmente acontecem, pois simplesmente o Senhor Ressurreto está fielmente no controle. Sim, Ele o Ressurreto. “…Quem nos removerá a pedra…”?

Talvez você não admitirá e dirá em alta voz, mas o medo e a dúvida lhe consome, não é verdade? O que você precisa saber é justamente aquilo que essas mulheres não sabiam: O Senhor já está no controle!

E Ele já demostrou todo o Seu poder e amor por Seus filhos. Mesmo antes da ressurreição, Ele já tinha plena onisciência e “…não precisava de que alguém lhe desse testemunho a respeito do homem, porque ele mesmo sabia o que era a natureza humana…” (Jo 2:25).

E assim também depois da Sua ressurreição, Ele “…conhece a nossa estrutura e sabe que somos pó” (Sl 103:14).

Como um Pai amoroso, Ele é pleno de compaixão por você e nenhuma de suas dificuldades Lhe é insolúvel, “…Porque para Deus não haverá impossíveis em todas as suas promessas…” (Lc 1:37).

Assim, para você, como para aquelas mulheres, o Senhor já tinha tudo preparado! A guarda romana, a pedra e seu enorme peso, a resistência do lacre, enfim todos os obstáculos possíveis, colocados pelo diabo, mas que servirão apenas para aumentar o brilho da Sua glória, no momento que Ele surpreender e também humilhar o coração temeroso do Seu filho, que Ele tanto ama.

Deus se ocupou da pedra! O futuro somente a Ele pertence, e tudo que ainda virá! Ele sempre lhe precede, e Ele será lá no “…túmulo…” (Mc 16:3b) esperando por você.

Sim, aquilo que para você possa parecer um “…túmulo…”, é para Ele um lugar onde Ele quer mostrar a Sua glória e o Seu poder para uma vida abundante.

Aquilo que você ainda teme, Deus o permitiu, como uma benção ainda a ser descoberta: “…lembrai-vos de como vos preveniu, estando ainda na Galileia…” (Lc 24:6b).

Você não leu as suas promessas? Pense bem… O que fazer, então? Você é como o escriba apegado a um texto sem vida? Ou um discípulo de um Salvador vivo?

Lembre-se das Suas promessas. Pegue a sua Bíblia, caso a tenha abandonado e releia as Suas promessas, pois as promessas de Deus não são apenas belas palavras para serem admiradas, nem peças de museu, ou artigo de curiosidade de um ritual religioso.

As promessas de Deus são afirmações da ressurreição de Cristo! E todas plenamente cumpridas em Cristo ressurreto!

As promessas de Deus são para os momentos de dificuldade e se tornam realidade no meio da adversidade, nas circunstâncias mais difíceis, quando Deus revela o plano soberano.

As promessas de Deus são feitas para os momentos de lutas, diante dos desafios impossíveis, pois elas triunfam no meio das trevas que o diabo colocou ao seu redor.

Lembre-se pois, daquilo que está escrito! Saiba que Ele é o Ressurreto que removeu Ele mesmo a pedra! Entretanto essas mulheres ainda estão sem o Ressurreto, e numa alma que ainda não viu o Ressurreto, todos os desencorajamentos são possíveis: o pessimismo mais sombrio, a desilusão mais profunda e a falta de esperança.

Ainda se recuperando da primeira surpresa, vendo o que elas pensavam não existir, eis uma segunda surpresa. Além de todo o sofrimento e indescritível desolação, mais uma decepção amarga: o corpo que com tanto zelo, elas haviam se certificado estar no túmulo, havia desaparecido.

Elas estavam certas de encontrar um corpo e a desolação que as acompanhavam não permitia que elas compreendessem razão da ausência do mesmo. Nesse momento, essa dificuldade parece ser o ápice, a mais cruel de todas as adversidades.

Ah! Decepções! Talvez você tenha acabado de ter uma dessas decepções na vida, e sofre amargamente por ainda não conhecer o Salvador Ressurreto.

Porém, uma dessas mulheres, ainda em prantos, se distancia um pouco do túmulo vazio. E o Senhor lhe vem ao socorro: “…então, eles lhe perguntaram: Mulher, por que choras? Ela lhes respondeu: Porque levaram o meu Senhor, e não sei onde o puseram. Tendo dito isto, voltou-se para trás e viu Jesus em pé, mas não reconheceu que era Jesus. Perguntou-lhe Jesus: Mulher, por que choras? A quem procuras? Ela, supondo ser ele o jardineiro, respondeu: Senhor, se tu o tiraste, dize-me onde o puseste, e eu o levarei.

Disse-lhe Jesus: Maria!” (Jo 20:13-16a).

Pelo menos ela soube pedir ao Senhor, abrindo seu coração cheio de tristeza e desolação, afinal o mais poderia ela fazer no estado que se encontrava?

E eis que a sua decepção se transforma num encontro com o Salvador Ressurreto! Sim, mesmo no momento da sua maior decepção, existia uma benção a ser descoberta, a eminente velação da ressurreição! Enquanto isso, as demais, nos diz o texto, não achando o corpo, estavam “…perplexas a esse respeito…” (Lc 24:4a).

Na montanha da transfiguração, diante do brilho da majestade da glória celeste, os discípulos “…caíram de bruços, tomados de grande medo…” (Mt 17:6b). E Pedro falou algo que era melhor não ter falado, “…pois não sabia o que dizer…” (Mc 9:6a). Nessas horas, é melhor ficar calado.

Porém, quando nos encontramos numa situação imprevista, quando não entendemos o que se passa, nem sabemos o que dizer, se torna urgente evitarmos os pensamentos do adversário, ou os conselhos do mundo.

Quando não entendemos as circunstâncias, não sabemos o que pensar, levemos “…cativo todo pensamento à obediência de Cristo…” (II Co 10:5b), em oração e em submissão ao Pai Celeste.

Principalmente quando não entendemos o que se passa, lembremo-nos, que Ele está no controle. Quando você não consegue mais, saiba que Ele pode.

Ao invés da decepção, pense na “adoção” da Sua vontade para sua vida, pois ela é “…boa, agradável e perfeita…” (Rm 12:2b). E acolhendo à Sua vontade, você descobrirá um dia que existe um plano Divino da parte do Senhor para sua vida, acima de qualquer entendimento, que confunde a sua incredulidade, sendo infinitamente melhor, o qual apenas o Ressurreto reserva em segredo.

Suas obras Lhe são conhecidas desde a eternidade (Ef 2:10) e aquilo que você “…não o sabes agora; compreendê-lo-ás depois…” (Jo 13:7b).

Ele está se revelando a você como o Ressurreto dentre os mortos, como o Vencedor sobre as obras do inimigo, como Senhor soberano, a Quem tudo é possível, como Salvador fiel daqueles que Ele ama.

Afinal Ele sabe o você O ama e que a circunstância aparentemente impossível que você atravessa, significa que Ele quer se mostrar como o Senhor da sua vida, o Ressurreto, levando-o no caminho da fé, na vida da Ressurreição.

Visto que Ele ressuscitou, esse “…túmulo” (Mc 16:3b) que você temia, não existe mais. Ele triunfou a morte.

Deixe-O portanto, ser Senhor da sua vida!

Essa “…pedra…” (Mc 16:3a) que tanto pesava? Foi Ele que a removeu. Essa guarda romana (Mt 27:64)?

É Ele que se ocupa. Ainda na decepção, saiba que Ele é Soberano, reservando algo de melhor!

Que dessa experiência, do seu amor sincero, possa nascer uma esperança de vida na ressurreição de Cristo, e que você seja testemunha da vitória “…porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé” (I Jo 5:4).

H. E. ALEXANDER

Tradução: Celio Rosa

Revisão: Paulo Lopes

Citações Bíblicas: Tradução Almeida Revista e Atualizada

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